domingo, 1 de junho de 2008

GUARDADOS

São muitos os papéis
Acúmulos de paginas
Tinteiros
Borrachas
Coleções de dores
Tentativas de amores são muitas

Entregas-verdades
Emoções-inverdades
As pernas bambas
As caladas falas
As doloridas lembranças
Os apertos no peito

São muitos os receios levados
Os chorosos olhares
Os presentes deixados
Recados tocantes
Momentos errantes

Historias egoístas
Egos centristas
São muitas as Memórias

Carinhos passados
Tempos de antes
Calendários queridos
Números de dias riscados
Cenas de filmes descritos
São muitos os rascunhos

Muitos os aprendizados
Os toques faltados
Os maus e seus bons resolvidos
As magoas frustradas
As magoas intencionadas
As poucas queridas
São muitas

São muitos os amassados papeis
As gavetas vasculhadas
As sacolas empilhadas
E seus achados sem sentido
São poucos os amigos
E suas coleções são sábias.

ESTAÇÃO POR ESTAÇÃO

As arvores se mostram evidentes
O seu balançar das folhas
Os beija-flores e suas cores
As languidas borboletas
E suas espalhadas belas balançadas asas

Os galantes jardins e seus jasmins
Rosas, margaridas, girassóis
Cravos e hortaliças,
Graciosos lírios
Líricos cantares de pássaros
Suas majestosas artes de voar

Voadores de fartos amores,
De desejos plenos,
Emoções de sabores
Sutis toques de mel
E zangões castrados,
Com Sua catarse de sentimentos

Lá se foi o mau tempo
Lá se foi todo o seu lamento
E a água que molhou
Abriu espaço para o doce luar
Permitiu o seu próprio tempo
Abriu espaço para o dia ensolarado
Permitiu o seu próprio dia